EPISIOTOMIA E SUAS CONTROVÉRSIAS NO AMBIENTE MÉDICO

Autores

  • Amanda Rodrigues Maia Acadêmicas do curso de Medicina da Faculdade Morgana Potrich (FAMP), Mineiros-Goiás, Brasil.
  • Amanda Seabra da Costa Acadêmicas do curso de Medicina da Faculdade Morgana Potrich (FAMP), Mineiros-Goiás, Brasil.
  • Rafaela Gontijo Souza Coelho Acadêmicas do curso de Medicina da Faculdade Morgana Potrich (FAMP), Mineiros-Goiás, Brasil.
  • Aline Macedo La Ruina Doering Professoras Especialistas no curso de medicina, Faculdade Morgana Potrich – Mineiros/GO
  • Raquel Rocha Machado Professoras Especialistas no curso de medicina, Faculdade Morgana Potrich – Mineiros/GO
  • Ana Cecília Ferreira Monteiro Professoras Especialistas no curso de medicina, Faculdade Morgana Potrich – Mineiros/GO
  • Camila Lopes de Oliveira Professoras Especialistas no curso de medicina, Faculdade Morgana Potrich – Mineiros/GO.

DOI:

https://doi.org/10.53740/rsm.v12i2.408

Palavras-chave:

Epsiotomia; violência obstétrica; Parto normal

Resumo

Introdução: A episiotomia é definida como a prática de incisão realizada no períneo, musculatura entre a vagina e o ânus, para facilitar a saída do recém-nascido no momento do parto normal. Anteriormente utilizada em partos de difícil expulsão do neonato, se tornou cada vez mais usual na tentativa de preservar a integridade da musculatura do assoalho pélvico, evitando lacerações desse tecido. Esta prática, nos últimos anos, tem sido questionada devido as várias complicações que este procedimento pode levar se realizado de maneira rotineira. Objetivo: O objetivo desse pressente estudo é compreender as recomendações da episiotomia bem como suas consequências danosas que corroboraram para que se tornasse prática de violência obstétrica durante o parto. Metodologia: Trata-se de uma revisão de literatura com base na análise de dados em busca de artigos na plataforma PubMed que abordam o tema Episiotomia nos últimos 10 anos, em língua portuguesa e inglesa. Desenvolvimento: O Royal College of Obstetricians and Gynaecologists (RCOG) e o National Institute for Health and Care Excellence (NICE) aconselham episiotomia mediolateral como medida para preservar o assoalho pélvico frente à pressão exercida no intraparto. No entanto, é visto a necessidade de se limitar essa prática rotineiramente, considerando-se a sua associação a trauma perineal, aumento da perda sanguínea, infecções perineais e deiscência da ferida. Sabe-se também que a episiotomia em primigestas aumenta o risco de laceração obstétrica espontânea no parto subsequente. Nesse ínterim, se valer usualmente do procedimento em questão sem comprovações benéficas a parturiente pode se configurar com o desrespeito a autonomia da mulher diante dos seus direitos sexuais e reprodutivos, assim como seus direitos humanos, sendo a episiotomia muitas vezes imposta como rotina obstétrica, sem fundamentação científica e sem consentimento livre e esclarecido. Conclusão: Apesar da literatura obstétrica relatar diferentes variações, ainda não há consenso universal de qual a melhor técnica cirúrgica e comprovação sobre as reais indicações. Contudo, organizações internacionais de saúde admitem que esse procedimento não deve ser utilizado de praxe, sendo incluído como mutilação genital, enquadrando em violência obstétrica. Logo, é direito da paciente negar a realização do procedimento sem sofrer coerção e/ou violência verbal por parte da equipe médica, e diante da potencial necessidade desse procedimento deve ser discutida antecipadamente priorizando a autonomia durante o trabalho de parto.

Referências

ZAAMI, S. et al. Does episiotomy always equate violence in obstetrics? Routine and selective episiotomy in obstetric practice and legal questions. Eur Rev Med Pharmacol Sci, v. 23, n. 5, p. 1847-1854, 2019.

JHA, S. Episiotomy: necessity or negligence?. BJOG: An International Journal of Obstetrics & Gynaecology, v. 127, n. 11, p. 1408-1408, 2020.

MEISTER, Melanie R. et al. Techniques for repair of obstetric anal sphincter injuries. Obstetrical & gynecological survey, v. 73, n. 1, p. 33, 2018.

Arquivos adicionais

Publicado

2022-06-30

Como Citar

Maia, A. R. ., Costa, A. S. da ., Coelho, R. G. S. ., Doering, A. M. L. R., Machado, R. R. ., Monteiro, A. C. F. ., & Oliveira, C. L. de . (2022). EPISIOTOMIA E SUAS CONTROVÉRSIAS NO AMBIENTE MÉDICO. EVISTA SAÚDE ULTIDISCIPLINAR, 12(2). https://doi.org/10.53740/rsm.v12i2.408

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