SAÚDE MENTAL E AUTOESTIMA DE MULHERES VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA: REVISÃO INTEGRATIVA
DOI:
https://doi.org/10.53740/rsm.v11i1.319Palavras-chave:
Violência Contra Mulher. Violência de Gênero. Saúde Mental.Resumo
Este estudo teve por objetivo demonstrar os impactos que podem afetar a saúde mental e autoestima, da mulher que sofreu algum tipo de violência, distanciando-a de se socializar. Trata-se de uma revisão narrativa, com coleta retrospectiva de dados. As palavras-chave utilizadas foram determinadas a partir da escolha do tema explorado: Violência contra mulher; Violência de gênero; Saúde Mental. Os dados foram coletados por meio da seleção de artigos científicos publicados no período de 2011 a 2021 em periódicos indexados nos bancos de dados da Scientific Electronic Library Online (SCIELO), do PubMed e Science Direct. Foram recuperados 1.067 artigos, dos quais 902 foram excluídos após a seleção de títulos e resumos. Totalizou 165 artigos completos avaliados com elegibilidade e 42 relacionados diretamente a violência contra mulher. Destes, foram identificados 16 trabalhos relacionados a mulheres que sofreram algum tipo de violência, dos quais foram sintetizados e incluídos na revisão. A violência contra a mulher carrega sua problematização com origem em processos histórico-sociais de diferenciação de gênero, trazendo assim particularidades que merecem destaque devido ao impacto causado à saúde pública mundial. As razões pelas quais as mulheres são agredidas por parceiros íntimos, são por domínio sobre a mulher, chefia familiar, provisão do lar e sexualidade exacerbada. Todos esses rótulos aliados ao convívio com a violência doméstica, seja da mãe e/ou de si mesma, conduzem as mulheres a ocupar um espaço estabelecido pelo patriarcado e machismo intrínsecos nas bases familiares conservadoras que persiste em continuar existindo. Esses fatores contribuem de forma brutal para que a mulher desenvolva transtornos psicológicos, tais como depressão, ansiedade, transtorno de estresse pós-traumático, abuso de substâncias psicoativas e comportamentos suicidas e sugerindo impactos no desenvolvimento de crianças que presenciam ou convivem com essas agressões, ficando também expostas a agressões. O desenvolvimento de transtornos psicológicos nessas mulheres extrapola a violência em si até os conceitos morais e sociais da sociedade que dificultam a superação das agressões. Esses resultados exibem a necessidade de desenvolver atividades públicas educativas e, principalmente, de mantê-las alinhadas aos posicionamentos, decisões e discussões da pauta feminista. Como destacado, o movimento feminista é um idealizador, constante protetor das mulheres e desenvolvedor de práticas de equidade de gênero.
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