SAÚDE MENTAL E AUTOESTIMA DE MULHERES VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA: REVISÃO INTEGRATIVA

Autores

  • Samuel Rodrigues Lira Acadêmico do curso de Medicina da Faculdade Morgana Potrich (FAMP). Mineiros – GO, Brasil.
  • Gabriella da Silva Barros Acadêmica do curso de Medicina da Faculdade Morgana Potrich (FAMP). Mineiros – GO, Brasil.
  • Luana Thaysa da Silva Acadêmica do curso de Medicina da Faculdade Morgana Potrich (FAMP). Mineiros – GO, Brasil.
  • Rosanea Meneses de Souza Bióloga. Mestre em Biologia Animal pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campo Grande – MS. Docente da FAMP – Faculdade Morgana Potrich, Mineiros – GO, Brasil.
  • Vinicius Augusto Silva de Oliveira Docente no curso de Medicina, Faculdade Morgana Potrich/FAMP. Mineiros, GO, Brasil.

DOI:

https://doi.org/10.53740/rsm.v11i1.319

Palavras-chave:

Violência Contra Mulher. Violência de Gênero. Saúde Mental.

Resumo

Este estudo teve por objetivo demonstrar os impactos que podem afetar a saúde mental e autoestima, da mulher que sofreu algum tipo de violência, distanciando-a de se socializar. Trata-se de uma revisão narrativa, com coleta retrospectiva de dados. As palavras-chave utilizadas foram determinadas a partir da escolha do tema explorado: Violência contra mulher; Violência de gênero; Saúde Mental. Os dados foram coletados por meio da seleção de artigos científicos publicados no período de 2011 a 2021 em periódicos indexados nos bancos de dados da Scientific Electronic Library Online (SCIELO), do PubMed e Science Direct. Foram recuperados 1.067 artigos, dos quais 902 foram excluídos após a seleção de títulos e resumos. Totalizou 165 artigos completos avaliados com elegibilidade e 42 relacionados diretamente a violência contra mulher. Destes, foram identificados 16 trabalhos relacionados a mulheres que sofreram algum tipo de violência, dos quais foram sintetizados e incluídos na revisão. A violência contra a mulher carrega sua problematização com origem em processos histórico-sociais de diferenciação de gênero, trazendo assim particularidades que merecem destaque devido ao impacto causado à saúde pública mundial. As razões pelas quais as mulheres são agredidas por parceiros íntimos, são por domínio sobre a mulher, chefia familiar, provisão do lar e sexualidade exacerbada. Todos esses rótulos aliados ao convívio com a violência doméstica, seja da mãe e/ou de si mesma, conduzem as mulheres a ocupar um espaço estabelecido pelo patriarcado e machismo intrínsecos nas bases familiares conservadoras que persiste em continuar existindo. Esses fatores contribuem de forma brutal para que a mulher desenvolva transtornos psicológicos, tais como depressão, ansiedade, transtorno de estresse pós-traumático, abuso de substâncias psicoativas e comportamentos suicidas e sugerindo impactos no desenvolvimento de crianças que presenciam ou convivem com essas agressões, ficando também expostas a agressões. O desenvolvimento de transtornos psicológicos nessas mulheres extrapola a violência em si até os conceitos morais e sociais da sociedade que dificultam a superação das agressões. Esses resultados exibem a necessidade de desenvolver atividades públicas educativas e, principalmente, de mantê-las alinhadas aos posicionamentos, decisões e discussões da pauta feminista. Como destacado, o movimento feminista é um idealizador, constante protetor das mulheres e desenvolvedor de práticas de equidade de gênero.

Referências

Brasil. Lei nº 11.340 de 07 de agosto de 2006. Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11340.htm>.

MOTA, Mirella de Lucena. Violência contra as mulheres e saúde mental: silenciamentos e invisibilidades do sofrimento de usuárias da atenção primária à saúde em Recife. Recife: UFPE, 2017. Dissertação (mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal de Pernambuco. Recife, 2017.

NARVAZ, M. G. e KOLLER, S. H. Metodologias feministas e estudos de gênero: articulando pesquisa, clínica e política. Psicologia em Estudo [online]. 2006, v. 11, n. 3 [Acessado 26 Novembro 2021] , pp. 647-654. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S1413-73722006000300021>. Epub 14 Mar 2007. ISSN 1807-0329.

SILVA, M. I. da C. e BÓGUS, L. Empoderamento feminino: conceitos e debates em torno da popularização do tema. (Início na página 336).

QUEIROZ, Maria José de. El hombre-macho e a hombria: variações em torno do conceito de machismo. Caligrama: Rev Est Românicos [Internet]. 2011; 3(1):113-124. Disponível em: http://periodicos.letras.ufmg.br/index.php/caligrama/article/view/133.

CRUZ, Mércia Santos e IRFFI, Guilherme. Qual o efeito da violência contra a mulher brasileira na autopercepção da saúde? Ciênc. Saúde coletiva. 2019, vol.24, n.7, pp.2531-2542.

Brasil. Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres – Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos: Mapa da Violência 2015: Homicídio de mulheres no Brasil. Ed:1. Brasília, DF. 2015.

FBSP – FÓRUM BRASILEIRO DE SEGURANÇA PÚBLICA. Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2016. São Paulo: FBSP, 2016. Disponível em: <https://goo.gl/VSk2bT>. Acesso em: 25 mai. 2021.

Brasil. Ministério da Saúde. Boletim Epidemiológico: Comportamento suicida: o perfil epidemiológico das lesões autoprovocadas no Estado de Goiás. Vol. 21. N°1. 2020.

MINAYO, Maria Cecília de Souza A inclusão da violência na agenda da saúde: trajetória histórica. Ciênc. Saúde coletiva. 2006, vol.11, suppl., pp.1259-1267.

Santos, Ana Pereira dos, Bevilacqua, Paula Dias e Melo, Cristiane Magalhães de Atendimento à mulher em situação de violência: construção participativa de um protocolo de trabalho. Saúde em Debate [online]. 2020, v. 44, n. 125

Prando CCM e Borges MPB. Concepções genderizadas na análise de deferimento das Medidas Protetivas de Urgência (MPUs). Revista Direito GV. V. 16. N1. 2020

Roichman, Carlos Barreto CampelloFaca, peixeira, canivete: uma análise da lei do feminicídio no Brasil. Revista Katálysis [online]. 2020, v. 23, n. 02

Silva, Andrey Ferreira da et al. Social attributes of the male that incite the violence by intimate partner. Revista Brasileira de Enfermagem [online]. 2020, v. 73, n. 6

Pereira, Vinícius Oliveira de Moura et al. Violências contra adolescentes: análise das notificações realizadas no setor saúde, Brasil, 2011-2017. Revista Brasileira de Epidemiologia [online]. 2020, v. 23, n. Suppl 01

Teixeira, Júlia Magna da Silva e Paiva, Sabrina PereiraViolência contra a mulher e adoecimento mental: Percepções e práticas de profissionais de saúde em um Centro de Atenção Psicossocial. Physis: Revista de Saúde Coletiva [online]. 2021, v. 31, n. 02

Mascarenhas, Márcio Dênis Medeiros et al. Análise das notificações de violência por parceiro íntimo contra mulheres, Brasil, 2011-2017. Revista Brasileira de Epidemiologia [online]. 2020, v. 23, n. Suppl 01

Brasil. Ministério da Saúde. Boletim Epidemiológico: Comportamento suicida: o perfil epidemiológico das lesões autoprovocadas no Estado de Goiás. Vol. 21. N°1. 2020.

SILVA, Maria Creusa de Assis Vasconcelos & LEMOS, Patrícia Mendes. Violência doméstica na contemporaneidade: sobre os modos de expressão do sofrimento psíquico feminino. Brazilian Journal of Development. Online. Vol. 6; N°05. 2020.

FBSP – FÓRUM BRASILEIRO DE SEGURANÇA PÚBLICA. Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2016. São Paulo: FBSP, 2016.

DUARTE, J. B. Análise do perfil Epidemiológico de Violência Doméstica e Sexual em Vitória de Santo Antão. Vitória de Santo Antão: UFPE, 2018. 38 f. Monografia - Universidade Federal de Pernambuco, CAV, Bacharelado em Saúde Coletiva, 2018

BARUFALDI, Laura Augusta et al. Violência de gênero: comparação da mortalidade por agressão em mulheres com e sem notificação prévia de violência. Ciênc. Saúde coletiva, Rio de Janeiro, v. 22, n. 9, p. 2929-2938, Sept. 2017.

Arquivos adicionais

Publicado

2022-03-14

Como Citar

Lira, S. R., Barros, G. da S. ., Silva, L. T. da, Souza, R. M. de, & Oliveira, V. A. S. de . (2022). SAÚDE MENTAL E AUTOESTIMA DE MULHERES VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA: REVISÃO INTEGRATIVA. EVISTA SAÚDE ULTIDISCIPLINAR, 11(1). https://doi.org/10.53740/rsm.v11i1.319

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)