ANTÍGENO KELL NA DOENÇA HEMOLÍTICA DO RECÉM NASCIDO
Palavras-chave:
Doença hemolítica do recém-nascido, Sistema Kell, AloimunizaçãoResumo
Os diversos mecanismos que envolvem a fisiopatogenese da aloimunização por discrepância Rh (D) já foram compreendidos, uma vez que corresponde cerca de 95% das causas de doenças hemolíticas graves do recém-nascido. No entanto outros anticorpos podem ser envolvidos com esta ativação imune, Kell (K e K), Duffy (Fya), Kidd (JKA e Jkb), e MNSs, onde o antígeno Kell é o segundo mais imunogênico, portanto possui uma grande importância na aloimunização em gestantes com discrepância antigênica eritrocitária em relação aos pais. Este estudo é uma revisão dos principais tópicos que envolvem a doença hemolítica do recém-nascido por aloimunização pelo antígeno Kell. Um fator de grande importância observado no período pré-natal é a discrepância antigênica eritrocitária entre os progenitores, onde está discrepância poderá gerar fetos que expressam em suas células sanguíneas antígenos exclusivamente de origem paterna, os quais podem chegar à circulação materna durante a gestação ou no parto. Os anticorpos IgG maternos ao cruzar a placenta, dirigidos contra antígenos eritrocitários, a partir da décima semana de gestação, desencadeiam um processo de hemólise imunomediada que resulta em anemia fetal. Anti-Kell é uma importante causa de Doença Hemolítica do Recém-Nascido. Ele tende a ocorrer em mães que tenham recebido ou já passado por várias transfusões durante a vida, mas também pode ocorrer em mulheres que tenham sido sensibilizados ao antígeno Kell durante gestações anteriores. Ao contrário do Rh e ABO, antígenos Kell são expressos na superfície de precursores de eritrócitos e anti-K promove a destruição imunológica de células progenitoras eritróides K+ por macrófagos no fígado fetal. Concluindo, o antígeno Kell possui uma grande importância clínica em aloimunizações maternal além de apresentar um pior prognóstico por atingir também precursores eritrocitários.